sexta-feira, 29 de junho de 2012

Loja mais do que legal em Portugal

Quase julho, a um passo das fáerias, a cabeça cansada, listando pendências. Próxima semana intensa... e eu só penso em viajar.
Belem ainda está nas narinas, ouvidos e na retina, e de repente meus sentidos se voltam pra Lisboa. Uma manhã em Lisboa, será que vai dar tempo pra fazer algo além de visitar o aquário? E será um domigo, o que estará fechado? Na volta um programa só: jantar com amigos, dormir o sono dos justos e pegar o vôo diurno do dia seguinte.
Mas, por que tanto desassossego?
Porque lembrei de uma loja que tem no Chiado: A Vida Portuguesa. Descobri que tem no Porto também.
Lendo o blog da loja, descobri que para muitos tem uma pegada meio Salazarista, Portugal de outrora... nem pensar, eu sou paga-pau da Revolução dos Cravos! E sei, claro, que nostalgia é uma invenção, passado idealizado, mas lendo o blog da loja, eis que vejo a dona da loja afirmando que podemos contar a história de Portugal pelo consumo! Claro que concordo....

 

Dá pra ficar horas olhando as prateleiras. Sabonetes do tempo dá avó portuguesa que nunca tive, denfrício (sou viciada em comprar pastas de dente estranhas), cadernos escolares, louça e com isso quero dizer andorinhas de louça igual havia na casa da minha infância. Claro que comprei uma, claro que devia ter comprado várias!  E as latas de sardinha? A indústria conserveira portuguesa já foi das mais fortes... E a água de colônia?


Fora que fica no coração do Chiado.



Será que consigo voltar lá?
Minha cabeça cansada se divide: um lado pensa e dar um jeito de voltar à loja; o outro pensa em fazer algo igual no Brasil. Como se eu tivesse tempo, dinheiro e já não trabalhasse por três.
Preciso mesmo de férias. Mas já me vejo viajando Brasil afora atrás de manufaturas antigas, pesquisando anúncios em revistas antigas.... de fato, estou a precisar de férias.
Em tempo: em Lisboa, no Chiado, reserve horas para um pouco da vida portuguesa sob a forma de biscoitos, sabonetes e, claro, andorinhas.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Belém

Quando eu era adolê, surgiu uma cantora de voz doce com uma música na trilha da novela Gabriela (ainda não vi o remake, impliquei). Depois, uma canção da mesma Fafá falava em "Belém do tucupi, Belém do tacacá, Belém do açaí, Belém do Grão Pará". E, por décadas foi tudo que eu soube dessa cidade, ignorância brava.
Há poucos anos fiz um "bate-pronto" em Belém e adorei, estava louca pra voltar. Voltei e gostei ainda mais.


Belém é norte, nada a ver com as capitais -- umas maravilhosas, outras meio médias -- do nordeste brasileiro. É uma cidade com rio, é Amazônia, é outro Brasil. Outras frutas, outros peixes, uma chuva que molha todos os dias, mangueiras, arquitetura belle-époque, pessoas com traços de todas as mestiçagens possíveis. Belém dá pro rio que dá pro oceano, mas ela não olha pro leste, olha pro norte. Está quase nas Guianas. Uma maravilha.
Claro que em dois dias, embora com ótimos cicerones, pude ver o básico. Pra quem gosta de arquitetura de ferro como eu, é uma perdição. Um mercado de carnes, batizado de mercado Bologna por conta de um eminente engenheiro, é um patrimônio imperdível, especialmente porque a população o usa para comprar carne. É um grande açougue (penso que meus amigos vegetarianos começam a passar mal). Em frente, umas barracas onde funcionam a versão atual do famoso Ver-o-peso e o próprio, em reforma, uma muvuca de fazer gosto. Alguns turistas e um ponto turístico, mas não é o Mercado Modelo de Salvador, tampouco o Mercadão de São Paulo, que são bonitos e interessantes, mas algo para ingês ver. Como não sou inglesa nem nada, adorei os meercados de Belém. São comércio mesmo, troca, bagunça, e do lado temos barcos entregando peixes, urubus esperando oportunamente seus restos, tudo isso no centro da cidade, com os ônibus passando a toda...


E as Igrejas? São de interessar até uma atéia militante. A de Santo Alexandre, onde funciona o Museu de Arte Sacra, é imperdível pela própria edificação e pelo acervo. E de modo geral,  patrimônio arquitetônico ainda está lá, senão impecável como muitos desejariam, mas em uso, inscrito no cotidiano da cidade.
Infelizmente cheguei pouco antes da festa do Círio de Nazaré, mas ela já se fazia anunciar por toda a parte. E tem uma Sé maravilhosa e uma igreja matriz, que Mario de Andrade ao conhecer detestou.
Mas ele se apaixonou pela cidade com um amor carnal, sexual, físico, como escreveu em tom confessional ao seu amigo Manuel Bandeira.
Com tantos cheiros, volumes, cores e sabores, só faltava mesmo alguém imaginar que Belém se ama ou odeia de modo casto ou espiritual. Mario sabia das coisas.
O melhor: parece longe, mas nos vôos diretos TAM (com comida ruim) ou Gol (sem comida), a partir de São Paulo, em quatro horas e pouco se desembarca por lá. Muto pouco para tudo que a cidade oferece.


quinta-feira, 14 de junho de 2012

Tenha dó....

Eu achei que era pegadinha. Um vôo São Paulo - Belém que cai na hora do jantar. E o serviço de borde entrega duas bolachas salgadas, um polenguinho e um bolinho empacotado? Tudo frio! E a TAM quer que os passageiros relatem momentos felizes a bordo? Ora, faça-me o favor.
Na capa da revista, o lindo do Alex Atala. E eu comendo bolinho ruim, pensando na galinhada.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Com que guia eu vou?

Falta um mês para eu me jogar em Klimt, Schiele, em Mahler, Secessão, Otto Wagner e nos muitos detalhes da Ringstrasse. E tenho uma irmã que que mata se eu não for à casa do Freud; claro que vou correndo, por mim e por ela!
De certo modo, o melhor guia de Viena eu já li, que é o livro imperdível do Carl Schorske, Viena fin-de-siècle.
Mas faz falta um guia prático. Lembro de um, empréstimo da mesma irmã, Flemish cities discovered (acho que era esse o nome) que tornou minha breve passagem em Antuérpia algo inesquecível.
Agora quero um guia pra Viena.
Só que guias são chatos, pesam muito e eu, apple freak, ainda não me rendi aos encantos de um Ipad. Imprimi então, umas poucas páginas em pdf do The Lonely Planet. É muito legal, eles vendem os capítulos separadamente. Eu usei em Hanoi: imprimi, dobrei, guardei na bolsa e joguei fora na hora de ir embora.
Mas o melhor mesmo eu fiz em Londres. Comprei uma agenda Moleskine da série para viajantes. Vinha com uma mapinha da cidade e um guia de ruas, tudo daquele tamanho ótimo da agenda pequena deles. Aí eu localizava na internet os restaurantes, galerias, lojas etc, assim como os detalhes do transporte e andava só com aquilo no bolso do casaco. Melhor do que qualquer guia.
E ainda guardei para tuturas idas ao Reino Unido.
Acho que vai ser o mesmo com Viena: Moleskine na cabeça e tenho um mês para, viajando na viagem, começar a anotar o que ver e onde fica, a estudar o mapinha, metrô e ônibus. E se eu encontrar, mesmo desconfiando que pode ser muito fashion e fútil, compro também o guia mini da Walpaper.


E Viena que me aguarde.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Manhã lisboeta

Viagem na alta estação com programação um tanto tardia. Resultado: passagem caríssima e poucos horários. Bônus: chegarei em Lisboa num domingão cedinho, pra sair de novo às 14:40.
Se a imigração não estiver um inferno (o que é comum em Lisboa, filas enormes, serviço lento), vai dar pra aproveitar manhã.
Não fosse a distância, o ideal seria um pastel de Belem em Belem, olhando o Tejo.
Melhor aproveitar a proximidade e passear no Oceanário, que não conheço.
Depois de uma manhã com os peixinhos acho que chegarei feliz ao destino.
Viena que me aguarde, os planos são muito bons.