sábado, 10 de março de 2012

Floripa

Uma passada rápida por Floripa.
A Avianca atrasou pela primeira vez comigo a bordo. Vamos continuar acompanhando. De resto um vôo ótimo, com um porém: o delicioso wrap servido nas minhas últimas viagens foi substituído por um lanchinho sem-vergonha, de pão pesado, massudo. Pena.
E Florianópolis, o que dizer depois de poucas horas?
Que mesmo assim, eu olhava a cidade e achava perfeitamente "morável". E não é sempre que tenho esse sentimento em nossas capitais (tirando o Rio, claro).




quinta-feira, 8 de março de 2012

O que vem invisível na mala

Nos meus idos tempos de faculdade, eu vivia no Lira Paulistana, em shows do Grupo Rumo. Dentre várias, adorava uma canção chamada "Cansaço", que tinha um verso que era assim:

"Espantou a esperança que eu trouxe
Da última viagem
E ela foi embora. "

E na época eu ainda não sabia o que era cansaço...
Mas esse post não é cansado não. É que embora eu tenha chegado de Londres exausta, por conta da viagem em classe econômica (juro que a cada viagem sinto que a TAM encolhe o espaço entre as poltronas, pois eu já passei da idade do crescimento), cheguei animada e esperançosa.
As viagens têm esse efeito sobre mim. É como se eu desse um "reiniciar" na máquina.
Junto com uns creminhos e que tais, foi o que de melhor veio na mala: voltei cheia de vontade. Ânimo, pique, desejo.
Espero que dure, mas se não durar, me mando de novo.


Na foto, o pátio inteno da October Gallery, espaço mais do que legal em Bloomsbury, perto do British Museum, em Londres.

sábado, 3 de março de 2012

Bicicletas

Lembro que minha irmã morou um tempo fora e quando voltou implicava com tudo em São Paulo. Como família não perdoa mesmo, logo a apelidamos de Odete Roitman, por conta da personagem impagável que Beatriz Segall interpretou na maravilhosa novela Vale Tudo de 1989 (que eu revi nas madrugadas da TV Viva).
Bom, sempre que viajamos voltamos com alguma comparação que é positiva pro lugar visitado: ai se tivéssemos os museus, as livrarias, os restaurantes, a segurança etc.
Ando tão zangada com alguns aspectos da minha cidade natal, que só penso em transporte. Razão disso: voltei pra São Paulo há quatro anos, depois de morar no interior, e escolhi residir ao lado de uma estação de metrô que estava quase pronta.... meu filho fez uma faculdade inteira e nada da estação avançar. Parece que o governo do estado faz transporte público cavando com uma colherinha, e bem devagar. E pra piorar tem gente que é contra metrô...
Nas raras vezes em que atravesso minha cidade de carro, é uma antevisão do inferno: o que pode ser pior do que um mar de carros, quase todos prateados, brilhando e parados numa grande avenida??
Penso nisso porque estou em Londres e ontem tive uma reunião de trabalho. Como era relativamente perto, fui caminhando. Outro, veio de metrô. O chefe da tribo também veio a pé, e uma colega chegou elegantemente de saia e botas pedalando uma bicicleta que poderia estar no MOMA na seção de design, de tão incrível. Reclamou que os ciclistas londrinos são muito velozes, mas que carros e ônibus respeitam. A bici era tão bonita que todos demos uma voltinha... ninguém resistiu. Fomos andando para um café, ela amarrou sua linda bike num poste e depois seguiu para seus afazeres. De minha parte, fiz o resto do meu dia entre o metrô e minhas pernas que gostam de caminhar.
Chego em casa, ligo o computador e uma ciclista foi atropelada na Avenida Paulista por conta de um ônibus que a fechou.
Uma Odete Roitman às avessas, é como eu me sinto hoje. Não quero viver numa cidade em que pedestre e ciclistas sejam cidadãos de segunda categoria. Quero transporte público bom e pedágio para automóveis.
Utopia? Nem um pouco. Quero o equivalente à imagem acima na Paulista, na Sumaré, na cidade toda.
A foto acima foi tirada em frente ao Museu de História Natural.

quinta-feira, 1 de março de 2012

Comer em Londres

A reputação da Inglaterra no quesito gastronomia é lamentável. Esperamos tudo - peixe frito embrulhado num jornal, inclusive - menos comida boa. Sempre achei isso paradoxal, pois se vamos às compras encontramos de tudo. Mas o conselho sempre foi: fuja dos restaurantes ingleses, aproveite os "étnicos". Ah, os indianos...
Eu andava curiosa. Afinal, os cozinheiros mais midiáticos são britânicos. De minha parte, sempre que assisto o programa de meia hora do Jamie Oliver, fico louca pra me jogar no fogão. Será que a ilha cinzenta está mudando?
Conheci o Orchard, uma portinha no 11 Sicilian Ave, em Bloomsbury. Jantei lá uma noite: um delicioso mix de três saladas deliciosas. Estranhei um pouco um restaurante com pegada natureba não ter suco fresco, mas devo admitir que os engarrafados que consumo aqui não são néctar Del Valle, são sucos de alta qualidadade. Voltei pro café da manhã e encontrei um delicioso iogurte natural com frutas frescas e secas. Um luxo, com bom café espresso e um pão integral caseiro de chorar de tão bom.
E foi uma descoberta por acaso, passei em frente e fui com a cara da vitrine.
Já o Ottolenghi é outra história. Tudo começou quando ganhei um livro de receitas desse restaurante. Fui à loucura quando comecei a testá-las: uma melhor que a outra, especialmente o uso dos vegetais. Assim, não hesitei em me mandar pra Notting Hill atrás de um bom almoço. Chegando lá, great expectations, atentidas: berigelas com uma textura que nunca experimentei antes (os dois chefs são loucos por aubergines), beterrabas com laranja sanguínea e um atum imperdível. Também ali, paradoxalmente, suco engarrafado, mas como adoro uma redundância pedi também de laranja sanguínea e queria comprar um engradado pra levar pra minha casa no Brasil, de tão bom.
Resultado, comprei outro livro deles, dessa vez dedicado apenas a vegetais. Minhas cobaias que me aguardem....
Só um senão: eles não têm banheiro!!!! Eu pedi pra lavar a mão -- claro, tinha chegado lá de metrô -- e o fiz na pia dos funcionários! Uma pessoa perguntou pelo banheiro e tede de ouvir que havia um público no final da rua. Uai, e a ANVISA de Londres permite isso???
De noite, o jantar foi o oposto da delicadeza dos vegetais e do peixe do almoço. Fui ao St. John Restaurant. Definitivamente, não é pros fracos. Língua de cordeiro, tutano de boi e outras coisinhas de deixar a torta de rins, carro chefe da culinária inglesa parecendo uma delicadeza só. Penei pra encontrar algo que não chocasse meus tabus, e escolhi uma entrada de alcachofras deliciosas e uma vitela que veio à milanesa, maravilhosamente não diet, mas não faz mal.
Hoje, a convite, acabei caindo num francês: Mon Plaisir, que se gaba de ser o french restaurant mais antigo da cidade. Moules de montão, pra belga nenhum botar defeito e um haddock defumado muito bom. Nem deu pra pensar em sobremesa. Meio engraçado as garçonetes fazendo os pedidos em francês, mas tudo perfeito.  Fica no adorável Convent Garden e depois, pra compensar, caminhei até a Tate Britain, uma tarde com um solzinho e era preciso queimar um pouco as calorias.
No caminho, passei defronte um dos restaurantes do Jamie Oliver. Será que encaro amanhã?




Na imagens, o menu e a vitrine do Orchard, a kidney pie que não encarei (mas que meus novo amigos adoraram) e o restaurante italiano do Oliver. Por hoje, vou comprar um suco e me considerar jantada.