quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Turismo ao acaso na própria cidade

Minha mania de viajar já virou piada. Nesse finds uma amiga pontificou que nem falo mais no assunto porque tudo já virou corriqueiro. Não é isso, é que falo em um blog que quase ninguém lê ;-)
E hoje no jantar quando disse ao meu filho pela vigésima vez que viajarei em dez dias, ele retrucou: - "Mas não é em julho?" Quando eu disse que em julho também, ele ficou invocado: "Ah, você viaja tanto que nem me conta mais".
Isso já está virando lenda urbana. Cheguei no Chile faz um mês e dei só uma escapadinha pra um finds no Rio. Depois que eu conseguir baixar as fotos, quero comentar essa maravilha. Mas hoje passeei pelo centro de São Paulo, coisa que devia fazer mais vezes.
Roteiro simples. Precisava renovar minha carteira de motorista. Como sou enrolada, só consegui chegar no Poupatempo da Praça da Sé ao meio dia, pra agendar um exame médico para as 17 hs. Pensei em voltar pra casa, mas e o medo de bater uma preguiça daquelas? Fui bater perna no centro.
Eu tinha esquecido como os prédios comerciais a rua XV de novembro são lindos. Almocei num quilo qualquer e corri pro Centro Cultural Banco do Brasil, pra acontecer o mesmo que no Rio: eles estão montando uma exposição, mas no momento não havia nada. Malditas férias. Tomei um café e li umas vinte páginas de um livro. Ninguém me importunou, um café e uma água, e eu lá quieta, lendo, no centrão.
Para não abusar da hospitalidade, voltei a flanar. Entrei no Patio do Colégio e, num banco ladeado pela famosa parede de taipa li mais uma hora. Os garçons do café apenas sorriam. Uma maravilha. Um lugar sombreado e lindo. Fiquei o resto da tarde ali, e nem precisei pedir mais café. Um silêncio entrecortado por gente fechando negócios, famílias jogando conversa fora, e pelo clic das câmeras digitais de uns jovens.
A única falha do meu passeio involuntário foi não ter levado minha câmera.
E que ninguém se queixe que Sampa é uma cidade cheia e bagunçada. Tem muito cantinho sossegado.
Voltei pra casa feliz e legalizada junto ao Detran. E com a leitura em dia.
Mas que ninguém se engane: a edificação é uma cópia da original, que foi demolida no final do XIX. A reconstrução fez parte das comemorações do IV Centenário de São Paulo. Do conjunto original, só o pedaço de taipa envidraçado.

O conjunto pertence à Companhia de Jesus e é lugar de missas, casamentos e outras celebrações religiosas. Vai ver por isso essa ateia que vos escreve foi tão bem acolhida.

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