quarta-feira, 2 de março de 2011

As fotos e o que se vê

Tem lugares que me fazem pensar nas artes e nos truques da fotografia. É muito comum ao viajar, chegar em um hotel e descobrir que ele eram bem melhor na foto, que aquela piscina mal passa de um tanquinho... o que não faz uma grande angular!
Com arquitetura acontece muito esse tipo de engano: as casas de Le Corbusier são minúsculas. Magníficas, mas bem menores do que se pode esperar pelas imagens que



circulam mundo afora.
E há lugares que me parecem muito difíceis de serem fotografados. A primeira vez que me dei conta disso foi ao entrar na Catedral de Córdoba, na Andaluzia. O lugar é tão lindo que dá vertigem. Bom, beleza que causa vertigem é o que chamamos de sublime, a beleza que nos desestabiliza. Minhas fotos ficaram apenas razoáveis, mas as outras que vi também. É um espaço para ser percebido com o corpo todo, não apenas com o olhar.
Pensei nisso ao chegar na Halong Bay, no Vietnã. As fotos não fazem justiça, pois não se trata de um lugar fotogênico. Se trata se uma paisagem inusitada, belíssima, surpreendente, algo a se comparar com estar em uma parte meio vazia dos Andes em julho e ver branco, branco, branco.... ou a olhar o Vale da Morte na California e descobrir que é ainda mais impresionante do que no filme do Antonioni.
Halong Bay é assim, só estando lá, pra passar o resto da vida sonhando em voltar.
Como se vai? De Hanoi dá umas duas horas de carro e a estrada, como tudo no Vietnã, é uma aventura, pois podemos ver tudo o que é possível de se transportar numa moto. Quando fui, o congresso nos levou, mas qualquer agência leva. A maravilhosa Handspan deve levar do melhor modo.

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